G.Ferraz

Bullying: mimimi ou problema?

7 de junho de 2019

Quando você ouve ou lê a palavra bullying, que pensamento vem à sua cabeça? Que é frescura? Um problema de criança? Que vai passar? Que é algo ruim? O que exatamente você pensa?

Para entender o que é, vamos fazer um exercício de imaginação: pense que alguém do local que você frequenta diariamente, pega o seu dinheiro, bate em você e o humilha na frente das outras pessoas várias vezes, por muitos dias. Isso é bullying!
Bullying não é um conflito entre alunos, mas sim uma forma de abuso. É quando um aluno é exposto repetidamente, por um ou mais estudantes, a ações nocivas. Ou seja, infligir ou tentar infligir intencionalmente dor/desconforto através de contato físico, palavras, isolamento social, digital entre outros.

Existem três principais papéis dentro do bullying: o Valentão, a Vítima e o Valentão-vítima.
O Valentão é aquele que faz o bullying. Ele tem forte necessidade de dominação e submissão sobre os outros. São impulsivos e fáceis de irritar. Desafiam a autoridade dos adultos e comumente estão ligados a comportamentos delinquentes, como uso de drogas ou vandalismo. Em geral também são fisicamente mais fortes que os demais quando garotos. Os valentões podem progredir e se tornar criminosos, mas lembrando que bullying já é crime. 
A Vítima geralmente não sabe se defender. É uma pessoa cautelosa, sensível, quieta, tímida, ansiosa, insegura, infeliz e com baixa autoestima. Tem tendências a comportamentos suicida e depressivo. Geralmente se dá melhor com adultos, ante àqueles que têm a mesma idade. E, se é garoto, normalmente é mais fraco fisicamente que os outros. Na vítima, os efeitos colaterais do bullying podem ser: aumento da ansiedade, depressão, insegurança, infelicidade, baixa autoestima, isolamento, entre outros. Quadros psicossomáticos como dor de cabeça, dor de estômago, dor de barriga, apetite, tremor e outros sintomas físicos também podem ocorrer. E, em alguns casos, podem surgir consequências mais graves, como depressão, pânico, suicídio e até mesmo fatídico massacre. 
O Valentão-vítima é minoria. Caracteriza-se por ser ansioso, inseguro, infeliz, depressivo e com baixa autoestima. Às vezes é “cabeça quente” e tem como atitude se opor às pessoas, chegando a ser agressivo, mas sem muito efeito. Demonstra comportamento delinquente, mas em um grau menor que a dos Valentões. Pode apresentar um quadro como de hiperatividade, TDAH, entre outros. Comumente é o criador de momentos de tensão. Os colegas e os professores geralmente não gostam dele.

Combatendo o Bullying

Há um programa antibullying de Olweus (The Olweus Bullying Prevention Program – OBPP), que é firmado em quatro bases: envolvimento e interação positiva com os adultos; limites firmes sobre comportamentos inaceitáveis; adultos agirem como modelos a serem seguidos; e aplicação de sanções para aqueles que violam as regras.
Agir como modelo de alunos e aplicar limites firmes são bases bem óbvias naquilo que se trata, não havendo necessidade de explicações. Já para a interação positiva, deixo aqui algumas dicas:
– Criação de ações que beneficiam o clima da escola, como incentivo à solidariedade, à generosidade e ao respeito às diferenças por meio de conversas e campanhas de paz e tolerância; 
– Observação e aproximação dos alunos mais isolados;
– Criação de trabalhos didáticos, com atividades de cooperação e interpretação de diferentes papéis em um conflito.
Um bom programa antibullying é apenas um entre sete passos para que as crianças/adolescentes tenham um ambiente seguro e saudável, evitando uma tragédia como a da escola em Suzano/SP. Caso tenha interesse, estou à disposição para ir à sua escola, conversar com professores e pais sobre este e vários outros assuntos, sem custos.

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