G.Ferraz

Nos humanos somos seres sociáveis. Geralmente passamos a maior parte da vida em sociedade. Alguns fazem a escolha de se afastar dela, e por mais que tentamos nos excluir, existe um momento em todos nós temos contato com outra pessoa: durante o nascimento.

No começo as crianças observam, copiam, aprendem e entendem o que é “certo e errado” com a família, responsáveis e/ou pessoas mais próximas. Depois com a mídia(tv, internet, etc) e grupo de referencias (bandas, heróis, amigos, etc). E na adolescência eles testam o que aprenderam.

Status(reputação) é uma das bases da sociedade porque traz vários beneficio, assim como popularidade ruim traz várias dificuldades. Então existe basicamente uma forma de se conseguir status: Poder(ter bens, conhecimento, impressionar, habilidade de liderar, etc). Grande parte desses são aprendidos nos grupos de convívios, por isso a socialização é algo tão importante na adolescência; o momento para treinar as habilidades necessárias para se tornar um adulto bem sucedido. Então, para ser bem visto o adolescente precisa de um bom resultado em algo que é novidade, mas como vai se sair bem se não sabe como fazer direito? Consegue entender um pouco melhor a angustia deles?

Tão importante quanto a vida social, é a vida amorosa. É assim que os adolescentes tem a chance de experimentar como é gostar de alguém, que tipo de gênero o interessa, treinar sedução e sexo, entre outras coisas. Tudo isso para que na vida adulta tenha melhores chances de escolher o parceiro amoroso mais próximo do ideal.

O problema aparece quando a vida amorosa ameaça a vida social, na tentativa de viver um romance, se falhar tem o risco de arruinar a sua posição social, assim como falhando em adquirir status torna as “conquistas” mais difíceis. Então deve fazer uma escolha muito angustiante: Manter seu status e não se arriscar ou tentar ser bem sucedido na reputação e no relacionamento e ter a chance de falhar nos dois. Alguns ficam paralisados pela angústia e não fazem estas escolhas e tendem a desenvolver comportamentos auto destrutivos.

A mudança física gera dor, mas para aqueles que estão preocupados com a aparência e em como são vistos existe algo pior: deformidade. Seus corpos estão crescendo, desenvolvendo, mas cada lado do corpo cresce diferente do outro, deixando com uma aparência desengonçada. A preocupação em esconder os defeitos geralmente é grande e nos garotos, a transição de voz normalmente é uma fase constrangedora. Além disso, alguns membros aumentam de tamanho, mas os resto não acompanha, por exemplo: As mãos crescem mas os braços não.

As meninas ganham curvas, celulites, pelos pubianos, os seis crescem de tamanhos diferentes( algumas vêem isso como algo horrível) e começam a menstruar. A menstruação e a TPM trazem uma série de mudanças: inchaço, moleza, irritabilidade, dor nas pernas, dor de cabeça, falta de ânimo, risco de gravidez, espinhas e etc. Todas essas mudanças físicas geram um medo de se expor, para não chamar atenção á essas “deformidades”, atrapalhando o objetivo de ter vivencias novas.

Uma adolescência saudável é um treino bem sucedido para a vida adulta, aprendendo sobre relacionamento, como socializar entre outras coisas. Mas existem muitos riscos e para evitá-los, deixam de aprender e tentar novas coisas, tornando esse momento difícil e angustiante. Espero ter ajudado, até o próximo texto.